No seu discurso na sessão solene de abertura do ano ."Há que decidir de vez o que fazer com o processo de execução: ou privatizá-lo, tirando-o dos tribunais e entregando-o a agentes privados de execução, ou pondo os agentes de execução sob a alçada total de um organismo público seja ele qual for", sugeriu..Para o presidente do STJ, o actual modelo funciona mal e a prazo conduzirá "a acções de responsabilidade civil extra-contratual do Estado, nas quais todos pagam para proveito e gáudio daqueles a quem interessa tal hibridismo"..O uso dos tribunais para "o lixo de centenas de milhar de acção de dívida que interessa aos utilizadores económicos frequentes, que vandaliza os cidadãos esmagados por uma morosidade das médias e pequenas causas", coloca tribunais e juízes "numa pressão que sobe em progressão constante", disse..Esta alteração do actual modelo da execução é uma das três propostas para o sistema judiciário apresentadas pelo presidente do STJ no seu discurso..Mais uma vez, Noronha do Nascimento insistiu na necessidade de pôr fim ou colocar uma limitação máxima do sigilo bancário e fiscal, "como forma de contribuir para a diminuição da vergonhosa evasão fiscal"..Outra proposta lançada pelo presidente do STJ foi a "necessidade - maior em tempo de crise - de defender os mais carenciados com meios melhores e mais baratos", sugerindo a adopção de um sistema nacional do defensor público, em substituição do actual molde do apoio judiciário "que, cada vez mais, se compraz em ocultar o excesso de advogados no mercado".